Desde o dia em que conversei com um amigo sobre a produção do conhecimento, e suas motivações, formei opinião sobre o assunto. A resposta que ele me deu, reminiscente de uma leitura do livro Um Mundo Infestado de Demônios, de Carl Sagan, era a de que uma criança, curiosa em desvendar os mistérios que envolvem o mundo, faz perguntas sobre possibilidades cabíveis de investigação pela ciência, mas muitas vezes encaradas como absurdas ou sem resposta. Assim, quando não nos prestamos ao papel de sanar essas curiosidades, matamos as possibilidades investigativas desses futuros cientistas e, pior, afastamos o interesse dos jovens pelo saber científico e pela desmistificação das coisas do universo e do mundo. Isso me marcou de tal maneira que pensei no assunto por muito tempo. Tempo suficiente para concluir que todo o conhecimento se constrói a partir da dúvida, da inquietação, do absurdo e da curiosidade.
Hoje tive minha tese de segunda, ou terceira mão, confirmada. Um aluno do 6º ano, naquela idade onde a imaginação se sobrepõe e prevalece diante do conhecimento cartesiano impregnado na falta de imaginação dos adultos, me perguntou durante uma aula sobre o Paleolítico, se existiram hominídeos canibais. Vasculhei a memória em busca de uma resposta cabível. Pensei nos índios que praticavam ritos antropofágicos, tentei encontrar alguma ligação entre eles e seus antepassados do fim do Neolítico e... nada. Quando estava prestes a balbuciar um não sei, mas é capaz, veio-me à mente um sítio arqueológico nos EUA onde foram encontrados coprólitos que indicavam existir tal prática entre os ancestrais dos índios de lá. Passado um segundo, respondi: Sim, existiram. O menino sorriu satisfeito, como quem encontra na simples resposta um indício de que ele é conhecedor do passado, e respondeu: Vou desenhar isso no meu TC! – a tarefa de casa.
Hoje tive minha tese de segunda, ou terceira mão, confirmada. Um aluno do 6º ano, naquela idade onde a imaginação se sobrepõe e prevalece diante do conhecimento cartesiano impregnado na falta de imaginação dos adultos, me perguntou durante uma aula sobre o Paleolítico, se existiram hominídeos canibais. Vasculhei a memória em busca de uma resposta cabível. Pensei nos índios que praticavam ritos antropofágicos, tentei encontrar alguma ligação entre eles e seus antepassados do fim do Neolítico e... nada. Quando estava prestes a balbuciar um não sei, mas é capaz, veio-me à mente um sítio arqueológico nos EUA onde foram encontrados coprólitos que indicavam existir tal prática entre os ancestrais dos índios de lá. Passado um segundo, respondi: Sim, existiram. O menino sorriu satisfeito, como quem encontra na simples resposta um indício de que ele é conhecedor do passado, e respondeu: Vou desenhar isso no meu TC! – a tarefa de casa.