sábado, 5 de dezembro de 2009

Janelas

Fico feliz em ver meus alunos acompanhados de livros. Alguns escolhem o frescor proporcionado pela grande primavera que embeleza o pátio do colégio para, ali, passarem o almoço, o intervalo ou um horário qualquer imersos em histórias fantásticas, aterrorizantes, românticas etc.; outros preferem correr os olhos pelas manchetes, com a pressa que o jornal exige para ser lido antes que sirva apenas para embrulhar o peixe de amanhã; os mais exigentes com o que leem, e consigo, afastam-se dos ruídos, das pessoas, para encontrarem no bosque a companhia de pássaros ou, vez e outra, dos pequenos que por ali passam correndo, descobrindo o mundo mais pelos sentidos do que pelos livros; os atrasados, enquanto esperam para jogar na quadra ocupada, fazem suas tarefas de casa com um olho na apostila e outro no relógio. Em comum, o que todos compartilham em silêncio, distantes uns dos outros, é o prazer que só a leitura pode proporcionar; algo próximo do deslumbramento ou espanto que sente um estrangeiro diante das maravilhas encontradas em seu destino. É por isso que gosto de comparar os livros com janelas. Através deles vislumbramos o desconhecido, passando a conhecê-lo pouco a pouco, até que a confiança nos conduza pelos caminhos que se colocam diante de nós. Como diz um amigo meu, “o caminho se faz caminhando”. Por isso, continuem lendo.

3 comentários:

Júlia disse...

Olá Sor, td bem?
Vi o seu texto, isso é verdade, muitas vezes é o tempinho do intervalo que conseguimos dar uma olhadinha nos livros ou nos jornais também.
Porém o principal responsavel, pelo menos por mim, foi principalmente você, sor; vendo você chegar com o seu jornal, vendo você nos recomendando livros, mostrando que conhecia muitos deles e assim a nossa curiosidade vai buscando e nos abrindo portas ou "janelas" para esse encantador mundo da literatura, que é simplismente mágico e que consegue sim nos isolar dos barulhos, gritos e olhares.
Obrigado Sor por nos mostrar o caminho da "janela" da literatura e das notícias...
Bjos!

Bárbara Beraldo. disse...

Carlos, gostei da sua comparação dos livros com janelas. Eles são mesmo assim, e quanto mais eu me aventuro pelos seus caminhos desconhecidos, mais vontade eu tenho de desvendar seus tantos mistérios. Lembrei de uma frase do Mario Quintana: “Dupla delícia: o livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado.”

Carlos Assis disse...

Oi, Julia!

Fico feliz em poder colaborar um pouquinho com as suas descobertas literárias. Mas a grande responsável por isso é você! Continue lendo.

Bom finzinho de férias e até segunda-feira.