segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Para refletir

Já falei em algumas salas sobre o dever que cada um tem de controlar o seu “hitlerzinho” interior. Digo isso porque acredito na ideia de que as pessoas mais equilibradas são aquelas que possuem consciência dos seus atos falhos e, por isso, podem controlá-los. Mas o pior mesmo se dá quando esses que não conseguem controlar o tal do “hitlerzinho” interior conseguem, através de argumentos, convencer outros a pensarem como eles. Pronto. Está aí a fórmula consagrada que coloca pessoas desequilibradas em posições de mando e poder. Pode, num primeiro momento, parecer bobagem, mas a intolerância começa na sala de aula, se expande para o colégio, o bairro e depois a História se encarrega de contar o resultado destruidor desse pessoal.

O filme A Onda, que se eu não me engano já deve estar disponível em DVD, exemplifica muito bem isso tudo. Baseado em fatos reais ocorridos no fim da década de 60, em Palo Alto, Califórnia, o filme conta a história de um professor de História que, durante suas aulas sobre a ascensão do nazismo e suas consequências, resolve fazer uma experiência para responder as dúvidas dos alunos. A experiência consistia em reproduzir na sala de aula alguns clichês do nazismo. O que ele não esperava é que aquilo fosse tomar proporções gigantescas, como uma onda. O filme, por ter classificação etária de 14 anos, é indicado para os alunos do Ensino Médio. Abaixo está o trailer.



Outro filme que aborda um tema parecido é A Fita Branca, em cartaz nos cinemas. O filme conta a história de um vilarejo protestante no norte da Alemanha, em 1913, às vésperas da Primeira Guerra Mundial, onde acontecimentos violentos começam a se repetir sem que o responsável por eles seja encontrado.

O curioso é que as crianças e jovens retratados no filme são os homens e mulheres que, mais tarde, vão apoiar as ideias de Hitler e executá-las. Com isso, o filme nos faz pensar em como as relações sociais e familiares daquele vilarejo, que retrata o modo de vida alemão da época, podem ter sido a raiz do mal que levou e manteve Hitler no poder. Entre os personagens, destacam-se o barão, que detém o poder local; o pastor protestante autoritário; o médico violento e sem preocupação com os sentimentos alheios; um professor sensível, mas sem firmeza nas suas palavras; e um bando de crianças reprimidas e sem ter o que fazer. Seria essa a base do mal que mais tarde vai se instalar no país? Para refletir.

O filme, também com classificação etária de 14 anos, é indicado para os alunos do Ensino Médio. Vejam o trailer.




2 comentários:

Júlia disse...

Oi sor, estava assistindo a entrega do Oscar, esses dias e o José Wilker estava comentando sobre o filme (A Fita Branca), fiquei curiosa para assistir... Não sei porque... mas adoro filmes que retratam guerras, talvez seja porque esse é um tema que me intriga, pois conseguimos ter noção do que é esse tamanho ato da selvageria humana, feitas por qualquer motivo, mas sempre são injustificáveis.

Uma outra coisa, sor... é que esses dias, estava me lembrando de uma vez que me disse que gostaria de contribuir, escrevendo textos em jornais, porque não começa esse ano?
Poxa, um dia, quero ler seus textos nos jornais e dizer que é meu professor... Acho ótimo seus textos e suas críticas, seria legal se mais pessoas pudessem ter acesso aos mesmos!

Ah, vou deixar o link do site que te falei, está em inglês, mas eu achei bem rico de informações sobre história da arte:
http://www.huntfor.com/arthistory/index.htm

Obrigada!

Carlos Assis disse...

Oi, Júlia!

O filme é muito forte. Há cenas capazes de chocar o espectador, por isso, se for assistí-lo, esteja num bom dia para não ficar chocada.
Mas é um bom retrato do modo de vida na Alemanha, antes da I Guerra.

Ah, Júlia, é verdade! Bem que eu gostaria de escrever para algum jornal. Mas para isso precisaria me preparar melhor, estudar um pouquinho sobre jornalismo e contar com uma oferta de emprego, rs. Por enquanto, vou continuar escrevendo aqui no sétima aula, certo?

Obrigado pela indicação do site.

Um abração e bom feriado!