quinta-feira, 23 de abril de 2009

Escola de Rock

Não é de agora que os professores, funcionários e alunos do Colégio 8 de Maio se habituaram a encontrar nos corredores, e demais pavimentos do colégio, os headbangers. É fato: esse pessoalzinho já virou uma tribo que aprendemos a gostar e admirar. Andam pra lá e pra cá chacoalhando a cabeleira, são inquietos e campeões de “air guitar”, modalidade de esporte também adotada pelos pequenos. Usam coturnos que um dia já foram dos pais – o tamanho de alguns deles denuncia –; nos pulsos, não faltam os spikes, braceletes de couro infestados de rebites; no peito, ao invés de crucifixos, ou de um outro balangandã qualquer, carregam com orgulho uma palheta transformada em pingente; em casa, o jogo preferido é o Guitar Hero, e no iPod não entra som emo ou pagode. Quando estão eufóricos, felizes, ou mesmo na boa, batem cabeça e falam mais alto do que deviam; se a música é boa, fazem a mesma coisa, mas, além disso, levantam o braço e mostram os dedos indicador e mindinho eriçados, fazendo o sinal do Mano Cornuto, popularizado pelo ídolo Dio. Assim que tiverem idade – e barba – suficiente, irão realizar o desejo de ter um bigodão igual ao do Paul Teutul, do American Choppers. Esses caras – e minas – são um barato! Já chegaram a realizar uma festa de debutante onde o traje obrigatório foi bandana e jaqueta de couro, no lugar do convencional terno e gravata.
Tanta criatividade e tamanha aptidão musical não poderiam ter resultado em outra coisa: montaram uma banda de rock, o General Ace! Mas, diferente do filme, onde o Dewey Finn ensina a molecada a tocar e gostar de rock, no General Ace, o professor com pinta de regueiro – que na verdade é fã de Brujeria – é o baterista; na sala, o que ele ensina é matemática.

Abaixo estão os links para fazer o download das cinco faixas gravadas pela banda.
Parabéns, galera!

3030
Blameless
We go Down
Democracia
Rock in the Free World

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Viagem ao Egito

Desde o início do ano venho realizando uma gincana bimestral com os alunos do EF II e, com os alunos do EM, a produção de jornais. A idéia é fazer com que os alunos pesquisem, envolvam-se com o conteúdo de maneira divertida e mantenham-se informados dos acontecimentos relevantes da semana.

Pedi, na semana que antecedeu o feriado, aos alunos do 6º ano, que criassem um anúncio para uma agência de viagem, oferecendo uma visita ao Egito. Um dos trabalhos superou minhas expectativas pela riqueza de detalhes. Nele, o grupo especificou, além dos valores, os pontos turísticos que fazem parte do pacote: resultado de pesquisa e envolvimento dos integrantes, que em nenhum momento fugiram do tema e da proposta explicada em sala. Não faltou nada, estão de parabéns! A sala aplaudiu e eu não me cansei de andar pra cima e pra baixo com o cartaz debaixo do braço. Como vocês cresceram na realização de atividades em grupo! Estou muito contente.
Abaixo está o trabalho do grupo Historiadoras do 8 [clique nas imagens para ampliá-las]:

sábado, 4 de abril de 2009

Sebos e Descobertas

Mais de uma pessoa já me perguntou se li o Código Da Vinci, de Dan Brown. Vi o filme e não gostei. Pra falar a verdade, achei péssimo. Mas não foi por isso que deixei de ler o livro. Só não li porque ele não me escolheu. Eu acredito nisso. Livros, LP’s, CD’s, shows, HQ’s, peças de teatro e filmes, possuem essa faculdade: a de escolher público, leitor, ou ouvinte.
Me dei conta disso um tempo atrás, quando não era comum as pessoas terem computadores em casa, muito menos internet. Naquela época – e não pense que porque eu disse naquela época, significa que faz muito tempo, ou que sou mais velho do que você imagina; eu estou falando do início dos anos 90, tipo assim, 93, 94, certo? – o meu Google era um Sebo lá em Sto. Amaro, na Brigadeiro Luís Antônio, ou no Centro de SP [será que ainda existe o Sebo do Messias?]. Era lá que as coisas me escolhiam.
Como eu não conhecia muita coisa além daquilo que os amigos me apresentavam, ou que eu via e ouvia em casa, na TV, ou no rádio, acabava investindo R$ 5,00 ou R$ 10,00, em algo que me chamasse a atenção – que me escolhesse.
A “flauta mágica” do Jethro Tull, eu só ouvi porque fui seduzido pela capa mais que fantástica do álbum The Broadsword and The Beast. Como no dia eu tinha R$ 8,00, e o LP custou 5,00, investi o troco num outro vinil, mas de um francês que tocava violino: Jean Luc Ponty [Mauro, falei com você sobre esse cara, ontem. Lembra?]. Nunca tinha ouvido falar em nenhum dos dois, mas eu tinha R$ 8,00 e as capas eram legais.
Em casa espirrei feito um doido. A poeira de Sebo é bem criada, poderosa, dessas que grudam e só saem com Veja. E claro, provocam séries de espirros intermináveis em pessoas que sofrem de rinite, como eu. Mas depois, de nariz assoado e vinil lavado, ouvi, ouvi e ouvi as aquisições. Estranho, diferente e... gostei!
Esses dias fiz o download de umas músicas do Jean Luc Ponty. Mas a facilidade de conseguir outras, ou mesmo a sua discografia, faz com que você acabe deixando de lado as que acabou de baixar, sem ao menos ouvi-las com a devida atenção. Por isso, experimente ser escolhido por alguma coisa em um Sebo, livraria, ou sei lá onde. Essa descoberta pode ser interessante. Na pior das hipóteses você vai dar um passeio, sair da frente do computador e espirrar.

Aqui está um site onde você pode encontrar alguns endereços de Sebos em SP: Sebos da Grande São Paulo
E abaixo, a capa fantástica do LP do Jethro Tull:


Abraços!