terça-feira, 8 de julho de 2008

Para se pensar, não?

A edição deste mês da Revista Piauí traz na página 31 uma foto que parece ter sido extraída de um filme noir (filme noir é um estilo de filme associado a filmes policiais, que retrata seus personagens principais num mundo cínico e antipático. O filme noir é derivado dos romances de suspense da época da Grande Depressão. Muitos filmes noir foram adaptados de romances policiais do período, e do estilo visual dos filmes de terror da década de 1930. Os primeiros filmes noirs apareceram no começo da década de 1940. Pra que fique mais claro o que é, mesmo que você não compre a revista, pare na banca e abra-a na página, isso não custa nada). A figura da foto é Jorge Lanata, famoso, segundo a revista, por ter ganho fama como “radialista, apresentador de tevê, escritor, documentarista, diretor de videoclipes de rock e editor”. Crítico do governo argentino, Lanata é polêmico e irônico. Em seu livro Argentinos, “ele procura analisar a formação socioeconômica da Argentina e sustenta que os negros foram exterminados de propósito nas guerras de independência, dizendo que os escravos foram colocados na linha de frente das batalhas. Cita como argumento o censo de 1810, quando os negros correspondiam a 25% da população. No de 1887, eram apenas 1,8%”.
A reportagem não se prende apenas às muitas facetas de Lanata. Ela denuncia as restrições impostas à imprensa argentina pelo governo da presidente Cristina Kirchner e sua família. Para atingir esse objetivo, ouve outros jornalistas e pessoas ligadas à imprensa. Num determinado momento, compara cifras gastas na imprensa argentina com as gastas no Brasil. “Só no ano passado, os jornais brasileiros arrecadaram 100 milhões de reais em publicidade do governo Lula”. Vejam que este valor refere-se apenas aos gastos do Governo Federal com a publicidade veiculada em mídia impressa, descartando os gastos com revistas e outros periódicos. Imaginem se somarmos a essa quantia os gastos dos governos estaduais, municipais, partidários e os valores destinados a outros veículos como tv, rádio, internet, etc! Acredito que isso é suficiente para pensarmos se os meios de comunicação nos oferecem um serviço de informação confiável. Seriam eles éticos a ponto de abrirem mão dessa quantia para criticarem o governo como se deve?
Há cinco anos nenhum repórter da empresa de Jorge Fontevecchia, dono da maior editora de revistas da Argentina, é atendido por qualquer integrante do governo. Sua empresa não recebe um centavo de publicidade oficial. O ex-presidente da Argentina, Nestor Kirchner, casado com Cristina Kirchner, atual presidente do país, declarou que a única pessoa que odiava era Fontevecchia. Se ligarmos os dois fatos, fica claro que, por não receber um centavo de publicidade do governo, as publicações do empresário ficam livres para criticar, denunciar e publicar os fatos como se sucedem, ou seja, exercer o verdadeiro papel da imprensa. Será que esse é o motivo de ser a única pessoa odiada pelo ex-presidente? Será que isso é um problema exclusivo da imprensa argentina? É para se pensar, não?

2 comentários:

ju. disse...

haha..mto bom o post.
� de se pensar mesmo...
os jornais do Brasil deveriam tomar como exemplo a editora d revistas da Argentina...por�m 100 milh�es de reais '� mais importante' que verdadeiras informa�es ao povo brasileiro.

pq ser� q Kirchener odeia Jorge Fontevecchia?
� d�vida cruel hauhaua

t� mais sor
bj e valeu por fazer o blog =D

Carlos Assis disse...

É mesmo cruel, Jú! Volto a bater na mesma tecla, rs, falta ética! E o povo brasileiro continua assistindo tudo bestializado!

Bjos.